Essa é uma história que leio em uma comunidade do orkut, que é baseada desde o início no ódio de um generalíssimo por um novato (que é uma mulher - só entenderão lendo, se eu contar perde o mistério), na verdade não só pelo ódio, tem todo um contexto na história. Enfim, esse momento é aquele momento, sabe? Onde finalmente, o finalmente mais demorado que eu já vi na vida, alguém admite alguma coisa (só lendo abaixo baybe (; )
Obs¹: Devo avisar que tem muitos palavrões, palavrões esses característicos dos personagens, não se importando você lê numa boa.
Obs²: A criminosa e o novato são a mesma pessoa, a mesma mulher, uma infiltrada.
Obs³: Essa história foi criada pela autora NATÁLIA MARQUES - A INFILTRADA (2 TEMPORADAS). Foi necessário colocar os créditos, pois já houve plágio, vai saber.
Obs final: Quis colocar aqui esse momento emocionante da minha história preferida, que eu acho que foi lindamente escrita, enfim, quis dividir com vocês, fique a vontade quem quiser ler (;
[...]
Por isso que fechou os olhos com força, e antes mesmo que a criminosa tivesse tempo de rodar a maçaneta, a voz dele surgiu, como um sussurro longínquo.
"É por mim."
"O que?" Ela murmurou, virando o rosto com a mão ainda segurando a maçaneta. Não foi o que ele falou que a fez parar, mas sim o tom de sua voz.
"É por mim, porra." Repetiu, com uma careta no rosto. "Você não entendeu, não é, novato?" Um sorriso de escárnio surgiu em sua face e então, se afastou e caminhou em direção a janela que dava para o mar. Aturdida, a criminosa assistiu-o se inclinar com as mãos apoiadas no parapeito, os músculos das costas tensos e as mãos apertadas.
"Entendi o que?"
"Eu não estou querendo que você vá comigo por causa de porra de plano nenhum!" Disparou com a voz cortante e poderosa. "Eu posso sim continuar o que venho fazendo desde que me entendo por gente... Posso chegar à máfia sem você... Posso mesmo."
"Está querendo me convencer..." Disse com sarcasmo. "Que o motivo não é a máfia?"
"QUE SE EXPLODA A MÁFIA, PORRA!" Ele berrou, virando-se para ela e a criminosa se assustou tamanha intensidade que viu naqueles orbes verdes. Recuou alguns passos e se viu prensada na porta, porque nunca vira aquele homem daquele jeito.
"É por mim toda essa porra, porque eu posso tudo, novato. Posso mentir e dissimular, fazendo com que as pessoas creiam e sigam aquilo que digo. Posso fazê-las me respeitarem, me temerem... Posso comandar tropas e exércitos... Posso lutar em guerras e resolvê-las... Posso ser gentil, posso ser a porra de um monstro. Posso conseguir as mulheres que eu quiser... Posso matar e ainda não sentir culpa por isso, posso mandar tudo para o alto em nome daquilo que eu acredito..." Virou o rosto parecendo com nojo de si mesmo. "Posso ignorar as pessoas que se importam comigo, posso trair a porra do meu próprio país. Posso fazer muitas coisas, novato, e sei como fazê-las! Mas não SEI como tirar você da minha vida, porra!"
Ele passou a encará-la como se estivesse com raiva dela. Ela, aturdida, somente o olhava. "Você acha que não sei que seria melhor eu seguir minha vida e deixar você apodrecendo nessa merda de lugar, te deixar a própria sorte? Acha que não sei que seria melhor me livrar de todos os vínculos que tenho com você, e fazer a coisa certa pelo menos alguma vez na vida e defender a porra do meu país? Acha que não sei que isso só vai me fuder por completo e cada vez mais vou ficar mais preso e não conseguirei mais sair dessa PORRA? Acha que não sei?" Berrou e então levou as mãos aos cabelos em frustração.
"General..." Começou, aturdida, mas foi interrompida.
"Eu sei de tudo isso, mas mesmo assim eu estou aqui. Nas últimas duas semanas minha vida ficou um inferno e eu tentei convencer a mim mesmo que era só raiva que eu sentia por você e que passaria toda essa porra. Mas quando te vi hoje..." Ele respirou fundo. "Eu entendi que toda essa merda é porque não POSSO e não SEI como deixar você, porra!"
Algumas vezes na nossa vida ouvimos e vemos determinadas coisas que nos paralisam por completo. Talvez seja porque nunca nem em nossos sonhos mais loucos poderíamos imaginar aquilo, talvez porque não estávamos preparados para nenhuma reação.
O aturdimento dela foi tanto que somente encarava o general. Tentou balbuciar alguma coisa, mas a simples visão daqueles olhos verdes que a encaravam daquela forma... Com aquela intensidade... Tirava toda coerência que ainda poderia ter.
Era como se estivesse em uma estufa, onde só seu coração e sua respiração poderiam ser ouvidos. Sentiu algo tão estranho, mas tão estranho... Tremendo, forte... Era como... Não, não sabia explicar. Em um momento tinha vontade de chorar, outro de gritar de felicidade... Mas tudo o que fez foi retribuir aquele olhar que agora a encarava com uma espécie de abandono, raiva, e mil outras coisas...
O generalíssimo mantivera aquelas coisas tão dentro dele por tanto tempo, que quando teve que dizê-las, para não perder seu novato, a avalanche foi tão forte que o abalou profundamente. Frustrado por ter finalmente admitido suas fraquezas – algo que ele há um bom tempo estava negando até para si mesmo – bagunçou os cabelos e murmurando um "porra" foi de novo até a janela, onde se inclinou novamente sob o parapeito e fechou os olhos com força.
[...]
P.S.: Tem uma graande continuação. Aah e vai virar livro :B
Biiju, Cella ;*